Informações Gerais

O curso Acupuntura para Médicos da Atenção Básica (AMAB) é promovido através de uma colaboração entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Ministério da Saúde do Brasil. O desenvolvimento do curso teve como ponto de partida um conjunto de experiências municipais exitosas de implementação da Acupuntura no contexto da prática dos Médicos da Atenção Básica.

Buscando ampliar o leque de opções terapêuticas e o olhar sobre o processo saúde-doença, o conteúdo aqui apresentado contempla as informações essenciais para que o médico não especialista em Acupuntura utilize a Acupuntura como parte do manejo de situações clínicas comuns na Atenção Básica. Mais do que o ensino de protocolos fixos de tratamentos, este curso propõe-se a capacitar os participantes a conduzir o raciocínio clínico essencial em Acupuntura através de duas Racionalidades Médicas: da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e da Biomedicina (medicina ocidental). Em complemento aos fundamentos da prática da Acupuntura, o AMAB também aborda as principais evidências científicas sobre o uso da Acupuntura em diferentes condições clínicas, além de aspectos práticos da implementação da Acupuntura no contexto da Atenção Básica.

O projeto didático-pedagógico do AMAB teve como base o Curso de Introdução à Acupuntura para Médicos da Atenção Básica. O referido curso é ofertado desde 2010 através de uma parceria entre a Residência Médica em Acupuntura do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Cataria (HU-UFSC/Rede Ebserh) e a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis (SMS/PMF). Até o ano de 2021, mais de 200 médicos realizaram o curso em Florianópolis e, além de ter sido uma das atividades de Educação Permanente mais bem avaliadas na rede municipal de saúde de Florianópolis, o curso auxiliou na implantação do uso da Acupuntura na maioria das Unidades Básicas de Saúde de Florianópolis.

Em adição à experiência com o Curso de Introdução de Acupuntura em Florianópolis, o processo de concepção e produção do curso AMAB contou com diversos colaboradores de diferentes contextos, a saber: médicos especialistas em Acupuntura com experiência de ensino da MTC/Acupuntura, médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade, médicos residentes em Medicina de Família e Comunidade e em Acupuntura, gestores de diferentes setores do Sistema Único de Saúde (SUS), professores de Cursos Graduação em Medicina, alunos graduandos em Medicina, supervisores e preceptores de Residências Médicas em Medicina de Família e Comunidade e em Acupuntura, especialistas em Ensino a Distância, experts em tecnologias digitais, entre outros.

O feedback desses colaboradores na produção do AMAB permitiu a realização de uma série de ajustes e adaptações de conteúdo e carga horária no curso que visam proporcionar aos participantes o melhor aproveitamento de todas as etapas de ensino propostas. Assim, ao longo desta jornada de aprendizagem, os participantes do AMAB têm contato com uma série de conteúdos e ferramentas que facilitam o processo de incorporação dos conhecimentos e sua utilização clínica.

Cabe ressaltar que este curso não tem intenção nem escopo para formar médicos especialistas em Acupuntura. Nesse sentido, o curso AMAB fornece ferramentas práticas para que o médico que atua na Atenção Básica do SUS consiga incorporar a Acupuntura no seu cotidiano, tornando-a parte das estratégias terapêuticas da Atenção Primária à Saúde, em complemento às já existentes.

Quais competências espera-se dos participantes ao final do AMAB?

Ao final do curso o participante deve ser capaz de:

  1. Conhecer distintas formas de abordagem do processo saúde-doença conforme as diferentes Racionalidades Médicas;
  2. Compreender aspectos básicos da MTC e aplicá-los em contextos clínicos selecionados;
  3. Utilizar o modelo da Acupuntura Médica Ocidental no tratamento de diferentes situações clínicas;
  4. Praticar a Acupuntura de forma segura e integrá-la às intervenções médicas já utilizadas na Atenção Básica; e
  5. Articular, junto a gestão local, a implantação da Acupuntura na Atenção Básica, tendo em vista a promoção de acesso e expansão sustentável da oferta de PICs no SUS.